terça-feira, 29 de novembro de 2016

Sentimentos


Eu que nasci em uma família corinthiana,
Eu que cresci sendo chamada de corinthiana,
Eu que não vestia verde
Eu que, mais velha, parei de acompanhar futebol,
Nestes 29 anos, me vejo adotando o Chapecoense como meu time do coração

... quero camiseta, quero ir em estádio, quero conhecer Chapecó

Porque não é só futebol

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#ForçaChape

o que esta acontecendo?

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Estranha realidade

Talvez esteja cedo pra escrever minha retrospectiva, mas eu acho necessário falar sobre isso agora. Eu quero dar uma cachoalhada nas minhas ações e preciso entender como é que eu vim parar nisso agora.

Inicio do ano: saindo de um pseudorelacionamento que acabou no dia 1º de janeiro. Passamos o ano novo juntos e terminamos às dez horas, numa briga que foi até as 18 horas da noite. Eu sei os horários exatos porque eu fiz plantão naquele dia (e me diverti cuidando da criançada). Então eu era residente, estava de férias, e mesmo assim fui durante três dias seguidos fazer plantão em um Pronto Atendimento infantil para superar a dor desse amor. E foi legal. Depois voltei pra casa e socorri uma moça na rua, que estava louca de paixão (verdade gente!). Então que no inicio do ano, minha rotina era a mesma dos últimos dois anos: acordar cinco e meia, pegar ônibus, entrar no trampo as sete, sair às quatro, ir para as aulas teóricas, sair de lá às dez. Quando voltamos das férias, nosso foco era terminar o TCC. Entrávamos em uma sala da Unidade às sete da manhã e houve tempos que saímos de lá as 19 da noite. Período doido e de muito crescimento por sinal. Nessa época eu tava fazendo o curso de Gestão também.

Pós residência: foi o período que eu fiquei no meu limbo Sorocabano. Eu estudava pro vestibular de Med e comecei a dar aula em um colégio técnico, que ficava só do outro lado da cidade. Eu estava fazendo exatamente aquilo que eu tinha sonhado na residência: ser professora. Mas foi quando eu senti que o sonho não era tão doce assim. Ser professora de Enfermagem é penoso: não é valorizado, não se ganha bem, as escolas não oferecem suporte pedagógico, você ganha muito mal pela aula e não recebe para preparar a aula. 
Meus caros, se você quer saber se um lugar é bom de estudar, veja se eles dão condições para os professores. No meu primeiro dia em uma sala foi em uma sexta-feira, e as alunas resolveram fazer paredão. Resultado: eu que me preparei pra estar ali, não fui paga, isso porque estava ali no horário certo, com o conteúdo. Voltei pra casa chorando. Outra coisa fundamental pra ser professor, dê aula de assuntos que você realmente conhece. A Enfermagem tem mil ramificações, e é um universo!  Eu conheci alunas fofíssimas, e agradeço que não deu nenhum problema entre elas. Mas não é fácil ter que dar nota, querer que eles abracem o estudo e na verdade eles queriam aprender por osmose. Se você não conhecer e vivenciar aquilo, você roda.  Chegou uma hora que o sonho desmoronou: prefiro voltar pra minha cidade e fica tudo certo. Joguei a toalha: não dou conta de bancar (lindo) apê, estou insegura com algumas coisas, quero paz porque foram dois anos muito puxado. 

De volta pra casa: No dia seguinte do episódio de não ter sido paga, prestei a prova para o ambulatório. Acabei pegando em primeiro lugar, mas achava que não ia ser chamada tão cedo. Voltei pra Itapetininga com sorriso, mesmo sabendo que não ia ser fácil. Meu retorno foi no domingo e na quinta feira fui chamada pra trabalhar no ButantAME (apelido carinhoso dado por mim para mostrar que no lugar só tinha cobra). Então minha rotina nos primeiros três meses foram de trabalho. Parece que tinha caido do céu o emprego porque durante a residência eu tinha rejeitado três empregos concursados (regime estatutário). Todos consideram muita loucura, mas olhando bem, até que foi melhor assim. Eu sei que foi um período que eu vivia aflita, medo das pessoas e de picuinhas. Arranjei bons amigos, me apaixonei pela pessoa errada, nada a ver.  Cresci por um lado, regredi do outro. Resultado: acabei sendo dispensada (eufemismo para demitida). 

Pós butantAME: Período que eu estava em uma montanha russa emocional. A minha maior decepção não foi ser demitida, mas ver como as pessoas agem e falam de você depois que você saiu do emprego. Tinha uma guria lá que eu super considerava minha amiga, descobri que ela falava mal de mim pra todos, que contou as conversas que teve com a minha mãe. Fiquei na bad. Em seguida perdi um grande amigo após ter ouvido ele passar mal. A morte dele deixou todos nós abalados, por ser uma coisa tão frágil. Eu peguei o dinheiro da recisão do contrato e fiquei de boa em casa. Comecei a estudar pro ENEM, queria Medicina. A realidade bateu: não sei química, física e matemática. Comecei a estudar pra prova do mestrado. Mas o que é verdade é que... eu não fiz nada nesse tempo. Assisti muito seriado (Orphan Black, Narcos, The Affair, The outlander). Entrei na bad, entrei na bad lascada, engordei muito. Inferno astral define. 

AGORA: agora eu to tentando me animar, a curtir as coisas. Eu sei que ando aprontando bastante. Mas juro que tenho planos, que quero seguir em frente. Mas olha o quanto a minha vida mudou em um ano!
E na verdade eu sei que eu cheguei no fundo do poço na vida, quando eu olho e vejo que essa é a roupa que eu sai pra rua... Sim, eu sai desse jeito.



Minha mãe diria que eu fui conquistada por alguma seita diabólica muha ha ha. Se bem que, se o país continuar nessa crise, periga eu virar pastora nos próximos anos pra ganhar uns trocados. Poderia exibir essa foto pra mostrar que eu estava abraçando o capeta. 

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Não mexa com as minhas vontades

1. Quando eu tinha uns 7 para 8 anos, meu pai chegou em casa com uma sacola cheia de doces. Era muito doce mesmo, assim, explodindo de doce. Eu fiquei toda feliz da vida, e mostrando que eu não vim na Terra passar fome, abri os pacotes de doces sem medo de ser feliz. Lembro muito bem do meu pai ter brigado comigo, PLUS ter ganhado umas chineladas. De acordo com ele, os doces eram pras crianças do sítio, porque elas não tinham oportunidade de ganhar doce e eu tinha. Eu fiquei profundamente chateada com meu pai e essa mágoa vem durando uns 23 anos, desde então. Eu SEMPRE vou lembrar dessa característica do meu pai (que YAP perdurou), mas não vou entrar em detalhes. Lógica n º 1: não me deixe passar vontade. A vida é assim, e eu sempre vou lembrar que me fez ficar com vontade de comer doce. 

2. Eu sai meio doida com uma amiga doida, e ela estava me levando de volta pra minha casa. Só que ela mudou o caminho e foi parar na frente daqueles Pronto Socorro de bebidas. Desceu e me volta com uma garrafa de cerveja trincando. E não era qualquer breja não, era simplesmente uma Colorado Appia. Sim amiguinhos, aquela que tem MEL na fórmula. Ela me pede para segurar a garrafa e eu pergunto do abridor. Sabe o que eu ouvi? "Ah essa cerveja não vou tomar agora não, eu vou guardar pra tomar com uma outra pessoa". Sim, foi o que eu ouvi. Sentimento é a mesma da história do meu pai. Contei a história de cima e ela falou: gente eu escuto essa história desde que a gente era pequena, supera. Portanto, eu estou aqui pra dizer que eu vou lembrar durante muito e muito tempo a minha amiga ali de cima que ela me fez passar um percurso inteiro segurando uma garrafa de uma Cerveja Colorado Appia, trincando de gelada no meu colo e eu nem pude beber. 

Coisas que só podem acontecer no dia que Trump vence nos EUA

Eu sai com a minha amiga antes da minha prova do Mestrado. E sim, tomei várias. Acontece, que meu iphone deve ter pego um vírus. Mentiram pra mim. Não sei como! Mas só isso pra justificar, não sei como, que eu fiz um check-in.... em uma Igreja Presbiteriana. Pergunto COMO? Não sei! Mas veja só o mais surpreendente: as pessoas estão dando curtir nisso!






Gente, eu nunca na vida que dou check-in em nenhum lugar, vou dar em uma igreja? Cof cof. Mas super arranjei a situação perfeita pra falar pra geral que eu tive uma visão, virei conservadora evangélica e posso abrir uma igreja neopentecostal e ficar rich! A iluminação a partir do dia da eleição do Donald Trump.

Das brigas às soluções

Hoje é o dia que a humanidade chora: anunciaram a eleição do Donald Trump. Eu dúvido muito que ele vai por em prática 5% que ele prometeu (o que em partes é graçazaosbonsdeusesdesteuniversoinfame). E como minha vida esta em consonância com as mudanças para ruim com a humanidade, hoje eu tive uma briga com meu pai da qual eu não vou contar pra vocês os detalhes (pq realmente não importa). 
Nessa eu sai com o carro para nunca mais voltar. Pelo menos até a hora do almoço, porque a fome bateu. Mas nessa que eu sai com a minha potranca travesti (sim,  meu carro tem nome), eu levei comigo uma pasta. Nela continha: curriculum... vitae (não o lattes, padd). E eu tomei uma decisão: hoje não vou dar, vou distribuir (curriculum!).
Pra quem não sabe, eu sou da área do saúde. Ta eu vou contar, bem eu sou Enfermeira. Com diploma de graduação. E tenho pós também. Acredite em mim: eu terminei o ensino fundamental. E não, eu não paguei 180 mil reais pela prova do ENEM em 2008. Você acha que se eu tivesse pagado isso eu teria feito Enfermagem e ainda estaria distribuindo curriculum por ai. 
Então que eu fui até o SAMU levar a minha graça. Isso, aquele das ambulâncias, e acredite tem no país todo (inchalá!). Também aquele que usam um uniforme todo cheio no estilo, trabalhado no índigo. Quer adrenalina? Tem, imagina o poder de você apertar a sirene e mó. Galera faz sucesso, tem seriado e tudo mais. Mas agora que eu conto: nada disso é (muito) a minha praia. É, eu sou saúde da Família. Vulgo "postinho", termo altamente proibido pelos pós doc da área de Saúde Coletivo, mas popularmente aceito e se alguém falar que eu disse isso, vou negar até a morte, principalmente porque minha prova do mestrado é amanhã. 
Passo por lá, toda mulambenta, com cara de água batida no rosto disarçando as evidências (chorei até desidratar), consigo estacionar o carro não sei como. E vou até lá, com meu curriculum nas mãos. Chegou e dou de cara com um grupinho de mulheres, todas com o macacão. Pausa para a esteriotização das coisas: eu não tava esperando encontrar só homens. Mas você concorda comigo que a gente vai ter um pré-conceito de desleixo? Então, espectativas não cumpridas. Sério, era muita mulher e todas perfeitamente arrumadas, cabelos loiros e lisos, luzes. unha feita, sobrancelha tirada. Eu ali, toda desarrumada , isso porque só estudo, e aquela mulherada tudo buniteza. 
Deixei o meu lindo curriculum e sai de lá com a impressão que o fator beleza é requisito para o lugar. Sai, mas não sem ter recebido uma olhada de baixo pra cima "Quem essa ai?"







segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Medo que dá medo do medo que dá

       Sabe aquele medo que a gente tem de ser pego e não sabemos explicar? Então eu não levei o celular nos dois dias que eu fiz a prova do ENEM  mas uma hora que eu voltei pela milésima vez do banheiro (incontinência, veia é foda) começou a tocar uma musiquinha tipo de celular e todo mundo se entreolhou, e eu ali de pé. Sabe, as fiscais de sala olhando uma pra outra com um ar de "cabeças rolarão". E eu ali, fazendo cara de "opa, não é o meu, eu nem trouxe".   E continuou a musiquinha. 

      E quando eu sentei, começou a me dar um pânico. Pouts será que eu trouxe meu celular e esqueci. Eu não conheço essa musiquinha. Eu não trouxe meu celular justamente porque a bateria dele não sai e vai que ele toque. Alias, quando era meu antigo celular eu tinha pânico de tocar, mesmo sem bateria. 

    Mas eu só fiquei bolada, já pensou se você ta ali, numa boa, fazendo cara de "Esse celular não é meu, imagina, nem trouxe" e então descobrem o celular junto das suas coisas? Um celular que não é seu, e que alguém fez isso de super maldade.   Até saberem que era do celular de alguém LÁ FORA, do outro lado da rua. Vai entender. Super já tinha imaginado uma cena comigo, gritando pelos corredores "Esse celular não é meu, alguém plantou nas minhas coisas". 

    Isso me lembra a outro medo descabido e persecutório. Antes eu tinha medo de viajar de avião e alguém plantar drogas nas minhas coisas. Alias, eu acho que ja vou entrar em pânico antes do tempo, de no futuro, quando eu for pra fora do país. Você ta la numa boa e de repente vem uns cães farejadores e descobrem pó. Como eu vou conseguir justificar? Gente! esse pó não é meu, é tudo mentira. Acho que nunca vou pra Indonésia só pra não ficar na pira da ansiedade. Porque só de pensar em viajar pra lá eu ja fico ansiosa em alguém plantar alguma coisa nas minhas coisas. 

    Sabe o que é isso? Culpa do meu pai que sempre falou pra tomar cuidado no supermercado e nas lojas, que lá tem seguranças pra todos os lados. Acho que meu pai sempre tomou cuidado pros filhos deles não serem trombadinha e por isso ele deu essas dicas. E sempre falou pra eu não ir de turma em loja, e não andar com gente que roubava as coisas. Eu nunca tive nenhuma amiga que tivesse problema de ser cleptomaniaca, mas eu  vou revelar que eu sempre analisei bem justamente por causa do meu pai. A pena que eu morei com uma guria que roubou minhas tupperwere, creme de cabelo, brincos... e por ai vai. E agora eu vou ter traumas de morar com outra pessoa, forever e sempre. 

   Mas hoje eu tive um ataque de perseguição diferente. Depois de quase uma semana eu fui na academia, a qual eu venho levando com muita muita (muita) preguiça. Estava eu lá, com vontade de fazer nada (qual novidade?) e me bateu uma coceira, como só senti quando entrei na academia. Circulação ta ruim né, migs. Mas ai que a preguiça venceu, o lugar tava lotado pq eu resolvi ir depois das seis e não rolou. 
    
    Sabe mas começou um negócio, eu olhei de relance pra um professor e ele com aquela cara normal dele, mas na minha mente ele fazia uma cara de "mais já?". Veja bem, eu cheguei e fui pra esteira, fiquei 18 minutos na esteira e resolvi ir embora. Então fiquei 20 minutos lá. Veio aquela sensação de pessoas estarem vendo que eu fiquei muito pouco. E eu ali, naquele sentimento ruim, mas ao mesmo tempo louca pra ir embora. Quando eu vou chegar bater a digital na catraca, eu tive um pensamento: e se lá no telão que exibe a nossa cara tivesse também o quanto de minutos ficamos ali na academia. E la veio o pânico, o ar de reprovação. 

   Gente, é minha mente paranoica. mas... quem nunca?